segunda-feira, 18 de abril de 2016

Lila entrevista Uarli Pascal


Tem vídeo novo da Lila? Tem sim!
Tem entrevista com o youtuber Uarli Pascal? Opa, tem sim!
Tem papo sobre feminismo, política e respeito? Ohhh se tem!

A viagem da peça Ex.troll.gênio para o Festival de Curitiba rendeu uma entrevista da Lila com o youtuber Uarli Pascal !

Sabe aquela conversa de bar em que se fala de tudo um pouco, então, a entrevista foi assim, temas que tem deixado a Lila, Uarli  e a todos inquietos foram a inspiração para o vídeo!

Para quem quiser conhecer mais sobre o Uarli Pascoal:
http://instagram.com/uarli
http://fb.com/uarlipascal
http://twitter.com/pascaluarli
Snapchetison: uarlipascal




segunda-feira, 4 de abril de 2016

A sua calcinha te representa?

Alerta de papo calcinha!
Mas papo calcinha de verdade. E aí,  você se sente confortável com as que usa? Na hora de escolher roupas íntimas, o que prevalece? A estética ou o conforto?



As mulheres já sofrem opressão no dia-a-dia em relação as suas roupas e com as peças íntimas não é diferente. Nas vitrines e manequins, peças minúsculas e quase sempre valorizando o sensual. Encontrar peças bonitas e que realmente representem a diversidade da mulher moderna é um desafio. Foi pensando nessa lacuna que a designer Poli Salomé se destaca com os seus modelos de calcinhas.

A marca Avulsa é uma atitude deliciosamente descompromissada que sugere outro olhar sobre o desejo de liberdade que ultrapassa o corpo e propõe novas formas, novas maneiras de enxergar e experimentar a roupa íntima. A Avulsa que se posiciona a partir de pesquisas sobre os diferentes movimentos e formas de expressão da cultura urbana, a fim de oferecer um produto novo e excepcional, não só em relação à forma e função, mas também carregado de informações subjetivas do universo em que a marca se insere.

Ao conhecer as peças, muitas dúvidas surgiram e a idealizadora da marca, Poli Salomé, gentilmente, respondeu todas elas. 


Quando surgiu a ideia de criar a Avulsa?

Poli Salomé: Em 2005, eu morava em Brasília e comecei a fazer minhas próprias calcinhas porque não achava nenhuma no mercado como eu gostaria que fossem: confortáveis com modelagem grande, com estampas diferentes, que não fossem caras e caretas, nem meio infantis ou com frases engraçadinhas. Em pouco tempo, minhas amigas começarem a pedir que eu fizesse pra elas também. Fiz umas 30 calcinhas e distribuí para receber os feedbacks da galera e comecei a fazer melhorias na modelagem. No começo, a marca se chamava PinUp. Em 2007 passou a se chamar Pix e depois, já no Rio de Janeiro, em 2010, quis torná-la uma marca mais profissional, com um projeto de negócio bem formatado e, aí, ela virou Avulsa.

Normalmente as vendas são feitas em espaços colaborativos mais que em grandes lojas. É uma escolha buscar o mercado alternativo e colaborativo? Ou há também uma opressão da grande indústria?
Poli Salomé: Por posicionamento, nos identificamos mais com as iniciativas do mercado alternativo, com os novos comportamentos voltados à vida sustentável e com essas novas alternativas de se viver em sociedade. Em relação à grande indústria, estamos atravessando um período bastante complicado: como a nossa produção ainda é muito pequena e somos nós que executamos, praticamente, todas as etapas de produção, sendo só a facção (costura) terceirizada, não temos poder de barganha para negociar preços e/ou prazos junto aos fornecedores. Com isso, não conseguimos ter preços competitivos com as grandes marcas, nem para trabalhar com distribuição em lojas ou ainda para trabalhar com venda no atacado. Além disso, com a alta do dólar, muitas marcas grandes que fabricavam na China, estão voltando a fabricar no Brasil fazendo com que os pequenos produtores, como nós, sejam expelidos do mercado. Estamos lutando bravamente contra isso.
Você pensa na anatomia do corpo que vai vestir a calcinha? Digo, muita calcinha tem aquele forro embaixo meio no lugar errado ou machucam no elástico. Existe um modo de fazer isso?
Poli Salomé: O primeiro motivo da existência da Avulsa é o conforto que cada peça oferece a quem esteja usando. Procuramos receber todos os feedbacks de clientes e, sempre que necessário, evoluímos alguma modelagem. A “calcinha cremosa”, por exemplo, que é nossa modelagem “carro-chefe”, não tem elásticos nas pernas, o fundo é mais largo que o convencional e o forro nós já mudamos de lugar algumas vezes e hoje ele tem um tamanho que atende a muitos tipos de anatomia, mas nada ainda é estabelecido como definitivo. Estamos abertas à evolução sempre!


Nas grandes indústrias são homens ou mulheres que desenham as calcinhas? Você sabe sobre isso?
Poli Salomé: Eu não saberia dizer quais gêneros exatamente desenvolvem as calcinhas nessas grandes marcas (muitas nem parecem ter sido feitas por pessoas de verdade...rsrsrs), mas, apesar disso, não me parece que essas pessoas estejam preocupadas, verdadeiramente, com o caimento do que estão criando, até porque, o objetivo deles é voltado ao mercado e não a deixar as pessoas confortáveis. Digo “verdadeiramente” porque o objetivo da escala industrial de produção é muito diferente do objetivo que se tem quando você faz uma coisa porque acredita que o que está fazendo pode melhorar a vida das pessoas e que pode ganhar dinheiro de forma justa vivendo do que se cria.
As calcinhas da Avulsa são maiores. O que vocês pensaram quando tomaram a decisão de fazer apenas calcinhas essencialmente confortáveis antes de tudo?
Poli Salomé: Simplesmente, não dá para conceber que a roupa íntima, uma peça que, normalmente, é para ser usada por baixo de outras roupas, seja desconfortável. Já é tanta opressão que sofremos no dia-a-dia, até mesmo com as roupas que devemos ou não usar, que não faz o mínimo sentido que até o tamanho das nossas calcinhas sejam uma imposição social. E, particularmente, temos preferência pelas modelagens maiores.
É empoderamento para a mulher escolher a forma e tamanho da própria calcinha?
Poli Salomé: Optar por uma calcinha de modelagem grande, confortável e estampada, tanto para o uso no dia-a-dia, quanto para momentos de sedução, é quebrar padrões. Acreditamos nisso como um pequeno gesto político, um posicionamento que faz questão de não seguir os padrões impostos. Infelizmente, é muito comum ver mulheres escolhendo sua calcinha a partir do gosto do seu parceiro ou parceira. O padrão que determina o que é “sexy”, raramente (para não dizer nunca), se preocupou com o conforto. Procuramos fazer com que as pessoas reflitam sobre isso tanto por meio da modelagem grande e confortável sem deixar de serem sensuais, quanto com as estampas, que saem completamente do que o mercado e as “tendências” ditam para a roupa íntima.


Por que o nome Avulsa?
Poli Salomé: Exatamente por ser uma marca com uma proposta “Avulsa” ao que o mercado impõe. Além do quê, inicialmente, a Avulsa seria apenas um produto de um coletivo de criação, do qual faço parte, chamado “Coletivo Avulso”. Mas ela cresceu e criou asas, vida própria! Virou Avulsa de verdade! =)